Na verdade, essa é uma discussão que marcou os primórdios da utilização da energia elétrica para uso residencial.Essa polemica (ou briga mesmo) foi travada entre gigantes, de um lado, o grande inventor Thomas Alva Edison (1847-1931), partidária da corrente contínua (CC), e do outro lado, a Companhia Westinghouse e Nikola Tesla (1856 – 1943) defensores da corrente alternada (CA).

Em 1882 Thomas Edison inaugura a primeira usina e o primeiro sistema de distribuição de energia elétrica em corrente contínua, alimentando 59 residências em NY. Em 1886 Tesla e Westinghouse desenvolvem o sistema de geração, transmissão e distribuição em corrente alternada, transmitindo energia a longas distâncias, o que era impossível para o sistema a corrente contínua, que não pode ser transformada.

Para provar que a CA representava uma ameaça mortal, Edison inventou uma cadeira elétrica que funcionava com esse tipo de corrente elétrica e, por anos, eletrocutou publicamente cachorros, gatos e até um elefante, convencendo o Estado de New York a substituir a forca por esse tipo de cadeira na execução dos criminosos condenados à morte.

E sim, Edson estava certo, quanto ao fato da corrente alternada ser mais perigosa que a continua, embora seus métodos para comprovar esse fato fossem totalmente condenáveis. Mas nem isso salvou a CC de ser substituída pela CA no largo uso da energia elétrica.

Sabemos desde aquela época que o corpo humano é mais sensível à corrente alternada de frequência industrial (50/60 Hz) do que à corrente contínua. O limiar de sensação da corrente contínua é da ordem de 5 mA, enquanto na corrente alternada é de 1 mA. A corrente elétrica passa a ser perigosa para o homem a partir de 9 mA, em se tratando de corrente alternada, e, 45 mA para corrente contínua.

Mas afinal de contas por que a corrente alternada é mais perigosa que a corrente contínua?

Três fatores contribuem decisivamente para que isso ocorra:

  1. Os efeitos da CA no corpo dependem amplamente da frequência, correntes de baixa frequência (50 a 60 Hz), são mais perigosas que correntes de alta frequência e três a cinco vezes mais perigosas que CC da mesma voltagem.
  2. A CC tende a causar uma contração convulsiva, forçando a vítima a se afastar do ponto energizado, já a CA de baixa frequência produz contração muscular prolongada (tetania), que pode “congelar” a mão na fonte da corrente, prolongando a exposição.
  3. De um modo geral, a impedância do corpo humano é maior para CC do que para a CA, fazendo com que o valor da corrente para uma dada tensão em CC, seja menor do que para a mesma tensão em CA.

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